Lifestyle Medicine
Como médica patologista com atuação clínica e formação em medicina do estilo de vida, estou constantemente interessada em compreender a complexa interação entre o ambiente e o estilo de vida das pessoas com seus genomas. Nos últimos anos, o campo da genômica tem emergido como uma área de pesquisa emocionante, explorando como fatores sociais, ambientais e comportamentais podem afetar a expressão gênica, modificando a saúde e o comportamento.
A genômica investiga como o ambiente em que vivemos e as escolhas que fazemos em relação ao nosso estilo de vida podem influenciar diretamente o funcionamento dos nossos genes. Essa interação dinâmica entre o genoma e o ambiente é fundamental para a compreensão de como as doenças se desenvolvem e como podemos melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas.
Um estudo de destaque nesse campo, intitulado "Human social genomics: Concepts, mechanisms, and implications for health", publicado na revista Lifestyle Medicine, aborda justamente essa relação entre fatores sociais e a expressão gênica, bem como as implicações para a saúde. Essa pesquisa ressalta a importância de considerar os aspectos sociais e ambientais no contexto da medicina, reconhecendo que nossa saúde não é determinada apenas pelos nossos genes, mas também pelas nossas interações sociais e nosso ambiente.
Da mesma forma, a atividade física regular pode modular genes relacionados ao metabolismo, inflamação e estresse oxidativo, contribuindo para uma melhor saúde metabólica e cardiovascular.
Diante dessas evidências, compreender a interação entre o ambiente, o estilo de vida e o genoma é essencial para a prática clínica. A medicina do estilo de vida, juntamente com abordagens integrativas, oferece uma visão completa e personalizada para promover a saúde e prevenir doenças, levando em consideração não apenas os aspectos biológicos, mas também os fatores sociais, ambientais e comportamentais que influenciam a saúde.
Por exemplo, o estudo demonstra que fatores sociais, como a rede de suporte social e o nível socioeconômico, podem impactar a expressão gênica e influenciar a saúde e o bem-estar das pessoas. Além disso, o ambiente físico no qual vivemos também desempenha um papel significativo na modulação do genoma. A exposição a poluentes ambientais, a qualidade do ar e da água, bem como a exposição a ruídos, podem afetar diretamente a regulação gênica, contribuindo para o desenvolvimento de doenças crônicas.
Da mesma forma, nossas escolhas de estilo de vida, como a alimentação e a prática de atividade física, têm um impacto profundo na expressão gênica. Uma dieta saudável, rica em nutrientes, pode ativar genes relacionados à saúde e ao metabolismo, enquanto uma dieta inadequada, caracterizada por alimentos ultraprocessados e pobres em nutrientes, pode levar a mudanças indesejáveis na expressão gênica.
Na prática clínica é essencial realizar uma avaliação abrangente e um histórico detalhado do paciente. Além de coletar informações sobre o histórico médico e os antecedentes familiares, é importante investigar o ambiente em que o paciente vive, incluindo fatores sociais, ambientais e comportamentais que possam influenciar sua saúde e bem-estar.
Durante a consulta, é fundamental estabelecer uma relação de confiança com o paciente, encorajando-o a compartilhar informações sobre seu estilo de vida, hábitos alimentares, atividade física, padrões de sono, nível de estresse e outros fatores relevantes. Essa abordagem centrada no paciente permite uma compreensão mais completa das influências ambientais e comportamentais que podem afetar seu genoma.
Com base nas informações coletadas durante a avaliação e o histórico do paciente, é possível desenvolver estratégias de intervenção personalizadas. Que leve em consideração os fatores sociais, ambientais e comportamentais específicos do paciente ao planejar o tratamento e as recomendações de estilo de vida.
A prática clínica também envolve o monitoramento contínuo do paciente e o acompanhamento de seus resultados de saúde. Através de exames laboratoriais regulares, é possível avaliar biomarcadores específicos associados a doenças crônicas, inflamação, estresse oxidativo e outros processos fisiológicos. Esse monitoramento regular não apenas ajuda a avaliar o impacto das intervenções no genoma e na saúde, mas também permite identificar quaisquer desafios ou obstáculos que o paciente possa enfrentar ao implementar mudanças no estilo de vida.
Além disso, é essencial ter uma abordagem interdisciplinar, envolvendo profissionais de diversas áreas de saúde. Trabalhar em conjunto com nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e outros especialistas permite uma visão abrangente e integrada do paciente, abordando os múltiplos aspectos que influenciam o genoma e a saúde.
Drª Olivia Grimaldi
CRM/SP: 120.092
RQE: 47.796
RQE: 47.796-1
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